quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Aula de História: Escravidão, Resistência e Trocas Culturais, com os alunos dos 7º anos OBF, que ensino.

PROJETO HISTÓRIA COTIDIANA PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA
IDEALIZAÇÃO PROFESSOR BENONE COSTA FILHO


ENSINO FUNDAMENTAL 


Governo do Estado de Roraima
Secretaria de Educação e Desportos
Escola Estadual Olavo Brasil Filho
Disciplina de História
Professor Benone Costa Filho

Boa Vista, ___/___/2014.

Aluno (a)____________________________________. Turma: _____. Turno: __________

A ESCRAVIDÃO, RESISTÊNCIA E TROCAS CULTURAIS.

Trabalho de transcrição histórica apresentado ao professor da Disciplina de História, 7º ano do ensino fundamental, com o objetivo de recebimento de nota parcial de 20 pontos no 4º bimestre letivo de 2014.




Tema: Escravidão, resistência e trocas culturais

1. Introdução.
A escravidão foi o traço mais marcante da vida colonial na América portuguesa.

2. Os afrodescendentes no Brasil.
Depois da Nigéria, país africano, em primeiro lugar, a maior população negra do mundo é a brasileira, segundo lugar. De acordo com os dados do Censo de 2010, são cerca de 97 milhões de pretos e pardos, aumento de 21 milhões em relação ao censo de 2000. Explicação para esse aumento, melhorias dos indicadores econômico-sociais, queda da taxa de mortalidade infantil, aumento da expectativa de vida e o aumento de pessoas que passaram afirmar suas identidades étnica de pretos e pardos, como uma das etnias formadoras do povo brasileiro.

3. A África e o tráfico negreiro
No século XV a escravidão, que já era praticada há muito tempo em diversas regiões do continente africano, se intensificou. Primeiro eram os próprios mercadores portugueses que capturavam os africanos e vendiam. Depois os próprios chefes africanos passaram invadir aldeias, capturar e vender outros africanos, em troca de armas, cavalos, etc. Que eram embarcados em navios negreiros e enviados para serem usados como escravos dos coloniais portugueses no Brasil. Devido às péssimas condições higiênicas, entre outras, os navios negreiros passaram a ser chamados também, no século XIX, de navios tumbeiros, mediante ao grande número de negros mortos na travessia pelo Atlântico da África rumo a América.

4. Submissão e resistência.
Os castigos de toda natureza foram aplicados aos escravos africanos no Brasil escravocrata. Chicotes, palmatórias, algemas, correntes, tronco, e muito mais. Às vezes, para se livrar dos castigos, muitos escravos ‘obedeciam’ às regras impostas por senhores e feitores. Mas a maioria sempre resistiu à escravidão. Por meio de evitar ter filhos que seriam as crias da escravidão, praticar uma espécie de tristeza profunda, o banzo, que os levava à morte, outros partiam para a violência mesmo, roubando pertences de seus senhores, assassinando feitores, capitães do mato, familiares e o próprio senhor. Mas mesmo correndo o risco de seres apanhados pelos feitores e capitães do mato, a forma de resistência mais praticada era a fuga dos engenhos.

5. A convivência entre os senhores de escravos.
Entre os muitos estudos sobre a convivência entre os povos autóctones (os índios) africanos (os negros) e portugueses (os brancos). Entre outras, temos o livro do sociólogo pernambucano Gilberto Freyre, Casa Grande & Senzala, que narra à história do índio negro e o branco na vida sexual e de família brasileira. Na leitura da obra podemos perceber que embora houvesse uma convivência entre senhores e escravos. Os escravos eram sempre tratados como coisa, do eito, que trabalhava no campo, da casa, que faziam os serviços domésticos, ama de leite, mulher negra que amamentava as crianças brancas da casa grande, de brinquedo, criança negra escrava que era dada para uma criança branca, que fazia de tudo com esse ‘menino ou menina de brinquedo’, de coito, mulher negra que era usada sexualmente pelos senhores brancos, tinham filhos mestiços, que se tornavam escravos destes. Dessas relações surgiu o mito da democracia racial, que não passava apenas do dominado ser usado forçadamente pelo dominador.

Capa do livro de Gilberto Freire:

6. Uma outra interpretação.
Enquanto Gilberto Freyre interpreta, em Casa Grande & Senzala, essa ‘harmonia’ entre senhores brancos  e escravos negros, outros historiadores com Jacob Gorender, afirmam que essa visão esconde a verdadeira realidade da escravidão, que era a exploração e a dominação do senhor sobre o escravo, em todos os sentidos. A legislação, por exemplo, proibia que um senhor maltratasse, cortasse ou castigasse demais um escravo. Mesmo assim, apesar de proibidas, essas práticas eram comuns. E dos vários casos que foram denunciados, o senhor agressor sempre acabava absolvido. A violência da escravidão explica porque as taxas de mortalidade dos africanos no Brasil eram elevadas. Devido a isso, o tráfico negreiro era fundamental na reposição das ‘peças’ negras, para a reposição da mão de obra escrava.

7. Sincretismo religioso.
No período colonial a religião dos africanos era vista pelos católicos como feitiçaria. Desse modo, para evitar as perseguições da Igreja, os escravos negros passaram a associar cada divindade do candomblé a um santo católico. Como por exemplo, Iemanjá, virou Nossa Senhora, essa associação é chamada de sincretismo religioso, uma forma dos escravos manterem em parte suas tradições religiosas. Embora muitos antropólogos condenem o uso do termo sincretismo, por considerá-lo sinônimo de imposição da religião do colonizador branco sobre o colonizado negro, nesse caso. Alguns estudiosos, dizem ser o sincretismo um elemento essencial de todas as religiões, no passado e no presente. Pois ele se manifesta na religiosidade popular, nas procissões, nas celebrações dos santos, nos conhecimentos que trouxeram da África e que seus descendentes adaptaram no Brasil.

8. Na vídeo-aula, que assistimos, qual é o nome do Professor da USP, que faz a Palestra: Juventude Negra Preconceito e Morte?
Kabengele Munanga.

Capa do livro de Kabengele Munanga

9. Referência.
APOLINÁRIO, Maria Raquel (organizadora). Projeto Araibá: história 7º ano. 3ª edição. Moderna: 2010 (pp. 217-19).



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