sábado, 4 de maio de 2013

Imagens e sonetos da Apostila História Cotidiana, em que narro Etnohistórias de Roraima para alunos do ensino fundamental,6º anos.



Ó      Benone Costa Filho



 

Caminho do rio Branco (Queceunene indígena) rumo ao Centro Histórico de Boa Vista – RR (antiga Aldeia Paraviana). Foto (2012): do arquivo do professor Benone,


  

Outra etnohistória ambiental de Roraima para o ensino fundamental: contadas em imagens sonetos








Boa Vista – RR, 2013 

 

 

 




Praça da Cultura no Centro de Boa Vista. Foto (2012) do arquivo do professor Benone.


Somos da terra de Makunaima
Somos filhos de Roraima
Os índios os filhos legítimos
Nós os filhos da fricção

Os índios aqui já viviam
Quando chegamos aqui
Ocupamos seus lugares
Radicamo-nos

Índio branco africano
Gerou um povo novo
Um mundo novo

Do lugar indígena para todos
Respeitemos o lugar indígena
Que cederam e respeitam o nosso.

Benone Costa Filho BV/RR 2002.



Monumento aos pioneiros no Centro Histórico de Boa Vista. Foto (2012): do arquivo do professor Benone.

Antes dos mil e setecentos eram apenas os filhos de Makunaima
Que viviam nos ambientes da floresta ao lavrado sem cercados
Mantinham desde muito um desenvolvimento sustentado
As faunas e as floras criadas pelos deuses em que acreditavam

De repente num arrastão em águas e terras se apossam
Temporárias pelas tropas de resgate permanente com o Forte
Feito pela força do trabalho forçado a ocupação colonial
Da Terra de Makunaima pelos filhos de Sebastião

É a ocupação do vale do rio Branco e a fricção de dois povos
Centenas de etnias indígenas são reduzidas pela servidão
Para dezenas de colonos portugueses que se assentando vão

No Forte Militar de São Joaquim do Rio Branco com o rio Tacutu
Nas fazendas São José São Bento e São Marcos do rei de Portugal
Segue no etnoambiente makunaimense a colonização Sebastiana.

Benone Costa Filho – BV/RR 06/03/12.



Criança indígena/RR – dando continuidade à presença do matiz indígena do povo brasileiro. Foto (2012): do arquivo do professor Benone.
6. Soneto: A sujeição dos filhos de Makunaima pelos filhos de Sebastião

No mundo agregado de Makunaima viviam seus filhos nativos
Contatados pelos portugueses coloniais vindo do velho mundo
Tomando tudo a força cobrando dizimo e dizimando tudo vão
É a história de sujeição dos filhos de Makunaima pelos de Sebastião

Numa luta desigual morrem mais do que mata
Perdem suas terras águas liberdade resistindo
Os pacíficos morrem mais do que os guerreiros
Prega um compadrio que beneficia o colono

Deixa o nativo sem lugar e tempo de viver
Morrem centenas de filhos de Makunaima
Para aumentar os filhos de Sebastiao

Essa é a história da sujeição dos filhos
De Makunaima pelos filhos de Sebastiao
Com a colonização do vale do rio Branco

Benone Costa Filho – BV/RR 06/03/12. 



Insikiran – Instituto de Educação Superior Indígena da UFRR. Foto (2012) do arquivo do professor Benone.

Não se engane não os nativos lutaram
Resistindo como podiam a colonização
Como lado mais fraco perderam em muito
Mas ficaram para entrar na história

Pegos fugir conseguia com uns abatidos
Aldeados arrasavam tudo para não ficar
Uns poucos aceitavam servir muitos não
Era a fricção da resistência indígena

Que fez ficar das muitas línguas faladas
Os três ramos linguístico presente
Karib, aruak e yanomami

E os oito povos falantes atuais
Ingariko Makuxi Taurepang Wai Wai
Waimiri Atroari Yekuna Wapixana e Yanomami

Benone Costa Filho – BV/RR 06/03/12.



Croqui de arquitetura de casa indígena na Terra Indígena Raposa Serra-do-Sol/RR (1997). Fonte: do arquivo do professor Benone.


As aldeias são dotadas de casas para vivência
Espaço de rituais e festividades
Roçados artefatos de caça pesca de artes.
E a continuidade do uso destes no sincretismo

Na inserção de novas tecnologias
Ao seu ambiente atual
Escolas fundamentais e medias básica
Universidade, mídias e outras mais

Começam a restaurar o que perderam
Superar o sofrimento colonial
Por se em pé de igualdade

Como parte da etnia matiz indígena
Que depois do contato roraimense
Forjou-se no povo brasileiro

Benone Costa Filho – BV/RR 06/03/12. 



Plantação de mandioca, de onde se extraí, entre outros, a farinha, complemento da dieta alimentar indígena. Foto (2012) do arquivo do professor Benone.

Pelo nosso olhar de acumulador sem necessidade
De juntar mais do que deve e ficar aperreado
Pensamos que o índio não trabalha
Essa não é a verdade

Para o sustento é o seu trabalho
Junta o que precisa com necessidade
É o fruto do trabalho indígena
Essa é a verdade

Contra o preconceito de tê-lo preguiçoso
Que quando se dá conceito ao fato
Percebemos outra verdade histórica

Sabendo disso do mundo indígena
Veja a função e organização
Do seu trabalho sustentado

Benone Costa Filho – BV/RR 06/03/12. 



Escola Indígena/RR. Foto (2012): do arquivo do professor Benone.

A Terra como mãe que tudo dá
É preciso receber o que precisa
A caça a pesca a roça sustentado
Nada mais do que isso é necessário

Nesse sentido é o trabalho
Que supre as necessidades
Da natureza a cultura
Um significado no todo

Desse modo aqui viveram
Aqui vivem nessa natureza
Onde estão o ambiente é assim

Trabalhos sustentados
Povos natureza cultura
Necessidades supridas

Benone Costa Filho – BV/RR 06/03/12. 



Aldeia em  Terra Indígena/RR. Foto (2012): do arquivo do professor Benone.


No ambiente Makunaima os povos indígenas
Organizam suas aldeias com toda ordem
Morada comum por famílias juntas e separadas
Ligando a casa com a natureza unida

Casa comum ritual festa encontro de todos
Dança conversa decisões são tomadas
Das suas vidas e terras recebidas
São decisões politicas diversas

Do ajuste ao desajuste ao reajuste
Lutando se organizaram
Com autonomia politica

As comunidades indígenas
E seus lugares ancestrais
No mundo do Roraima

Benone Costa Filho – BV/RR 06/03/12. 



Antiga casa de cura: Sede do Conselho Indígena de Roraima – CIR – em Boa Vista.  Foto (2012): do arquivo do professor Benone.

Na nova luta por direitos tirados
Lutaram contra coloniais
Contra reinóis
Contra republicanos

Aprenderam novas formas de lutas
Para colocar no papel seus direitos
Para ter um papel com todos direitos
De matiz nativo a parte da brasileira

Artigo na Constituição garantem
Direito de ter direito de rever
O que de fato são donos

Como garantias legais as organizações
Indígenas de Roraima e suas lideranças
Mantém vigília para que assim se faça

Benone Costa Filho – BV/RR 06/03/12. 






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