Ó
Benone Costa Filho
Caminho do rio Branco (Queceunene indígena) rumo ao Centro Histórico de Boa Vista – RR (antiga Aldeia Paraviana). Foto (2012): do arquivo do professor Benone, |
Outra etnohistória ambiental de Roraima para o ensino fundamental: contadas em imagens sonetos
Boa Vista – RR, 2013
Praça da Cultura no Centro de Boa Vista. Foto (2012) do arquivo do professor Benone.
Somos da
terra de Makunaima
Somos
filhos de Roraima
Os índios
os filhos legítimos
Nós os filhos
da fricção
Os índios
aqui já viviam
Quando
chegamos aqui
Ocupamos
seus lugares
Radicamo-nos
Índio
branco africano
Gerou um
povo novo
Um mundo
novo
Do lugar
indígena para todos
Respeitemos
o lugar indígena
Que cederam
e respeitam o nosso.
Benone Costa Filho BV/RR 2002.
Monumento aos pioneiros no Centro Histórico de Boa Vista. Foto (2012): do arquivo do professor Benone. |
Antes dos mil e
setecentos eram apenas os filhos de Makunaima
Que viviam nos ambientes
da floresta ao lavrado sem cercados
Mantinham desde muito um
desenvolvimento sustentado
As faunas e as floras
criadas pelos deuses em que acreditavam
De repente num arrastão
em águas e terras se apossam
Temporárias pelas tropas
de resgate permanente com o Forte
Feito pela força do
trabalho forçado a ocupação colonial
Da Terra de Makunaima
pelos filhos de Sebastião
É a ocupação do vale do
rio Branco e a fricção de dois povos
Centenas de etnias
indígenas são reduzidas pela servidão
Para dezenas de colonos
portugueses que se assentando vão
No
Forte Militar de São Joaquim do Rio Branco com o rio Tacutu
Nas
fazendas São José São Bento e São Marcos do rei de Portugal
Segue
no etnoambiente makunaimense a colonização Sebastiana.
Benone Costa Filho – BV/RR 06/03/12.
Criança indígena/RR – dando continuidade à presença do matiz indígena do povo brasileiro. Foto (2012): do arquivo do professor Benone. |
No
mundo agregado de Makunaima viviam seus filhos nativos
Contatados
pelos portugueses coloniais vindo do velho mundo
Tomando
tudo a força cobrando dizimo e dizimando tudo vão
É a
história de sujeição dos filhos de Makunaima pelos de Sebastião
Numa
luta desigual morrem mais do que mata
Perdem
suas terras águas liberdade resistindo
Os
pacíficos morrem mais do que os guerreiros
Prega
um compadrio que beneficia o colono
Deixa
o nativo sem lugar e tempo de viver
Morrem
centenas de filhos de Makunaima
Para
aumentar os filhos de Sebastiao
Essa
é a história da sujeição dos filhos
De
Makunaima pelos filhos de Sebastiao
Com
a colonização do vale do rio Branco
Benone Costa Filho – BV/RR 06/03/12.
Insikiran – Instituto de Educação Superior Indígena da UFRR. Foto (2012) do arquivo do professor Benone. |
Não se engane não os
nativos lutaram
Resistindo como podiam a
colonização
Como lado mais fraco
perderam em muito
Mas ficaram para entrar
na história
Pegos fugir conseguia
com uns abatidos
Aldeados arrasavam tudo
para não ficar
Uns poucos aceitavam
servir muitos não
Era a fricção da
resistência indígena
Que fez ficar das muitas
línguas faladas
Os três ramos
linguístico presente
Karib, aruak e yanomami
E os oito povos falantes
atuais
Ingariko Makuxi Taurepang
Wai Wai
Waimiri Atroari Yekuna
Wapixana e Yanomami
Benone Costa Filho – BV/RR 06/03/12.
Croqui de arquitetura de casa indígena na Terra Indígena Raposa Serra-do-Sol/RR (1997). Fonte: do arquivo do professor Benone. |
As aldeias são dotadas
de casas para vivência
Espaço de rituais e
festividades
Roçados artefatos de
caça pesca de artes.
E a continuidade do uso
destes no sincretismo
Na inserção de novas
tecnologias
Ao seu ambiente atual
Escolas fundamentais e
medias básica
Universidade, mídias e
outras mais
Começam a restaurar o
que perderam
Superar o sofrimento
colonial
Por se em pé de
igualdade
Como parte da etnia
matiz indígena
Que depois do contato
roraimense
Forjou-se no povo
brasileiro
Benone Costa Filho – BV/RR 06/03/12.
Plantação de mandioca, de onde se extraí, entre outros, a farinha, complemento da dieta alimentar indígena. Foto (2012) do arquivo do professor Benone. |
Pelo nosso olhar de
acumulador sem necessidade
De juntar mais do que
deve e ficar aperreado
Pensamos que o índio não
trabalha
Essa não é a verdade
Para o sustento é o seu
trabalho
Junta o que precisa com
necessidade
É o fruto do trabalho
indígena
Essa é a verdade
Contra o preconceito de
tê-lo preguiçoso
Que quando se dá
conceito ao fato
Percebemos outra verdade
histórica
Sabendo disso do mundo
indígena
Veja a função e
organização
Do seu trabalho
sustentado
Benone Costa Filho – BV/RR 06/03/12.
Escola Indígena/RR. Foto (2012):
do arquivo do professor Benone.
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A Terra como mãe que
tudo dá
É preciso receber o que
precisa
A caça a pesca a roça
sustentado
Nada mais do que isso é
necessário
Nesse sentido é o
trabalho
Que supre as
necessidades
Da natureza a cultura
Um significado no todo
Desse modo aqui viveram
Aqui vivem nessa
natureza
Onde estão o ambiente é
assim
Trabalhos sustentados
Povos natureza cultura
Necessidades supridas
Benone Costa Filho – BV/RR 06/03/12.
Aldeia em Terra Indígena/RR. Foto (2012): do arquivo do professor Benone.
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11. Soneto: A aldeia como lugar de organização política dos
povos e das comunidades indígenas de Roraima
No ambiente Makunaima os povos indígenas
Organizam suas aldeias
com toda ordem
Morada comum por
famílias juntas e separadas
Ligando a casa com a
natureza unida
Casa comum ritual festa
encontro de todos
Dança conversa decisões
são tomadas
Das suas vidas e terras
recebidas
São decisões politicas
diversas
Do ajuste ao desajuste
ao reajuste
Lutando se organizaram
Com autonomia politica
As comunidades indígenas
E seus lugares
ancestrais
No mundo do Roraima
Benone Costa Filho – BV/RR 06/03/12.
Antiga casa de cura: Sede do Conselho Indígena de Roraima –
CIR – em Boa Vista. Foto (2012): do
arquivo do professor Benone.
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Na nova luta por
direitos tirados
Lutaram contra coloniais
Contra reinóis
Contra republicanos
Aprenderam novas formas
de lutas
Para colocar no papel
seus direitos
Para ter um papel com
todos direitos
De matiz nativo a parte
da brasileira
Artigo na Constituição
garantem
Direito de ter direito
de rever
O que de fato são donos
Como garantias legais as
organizações
Indígenas de Roraima e
suas lideranças
Mantém vigília para que
assim se faça
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