07 de agosto, 8 anos da Lei Maria da Penha.
No ano letivo de 2007, na Escola Estadual Professora Maria das Neves Resende, em Boa Vista RR. Para alfabetizar e pós-alfabetizar estudantes da Educação de Jovens e Adultos - EJA, do 1º segmento, desenvolvi uma apostila com Sonetos para todos ler para aprender, com 100 sonetos, um para cada dia de aula, para serem lidos e comentados com os alunos e alunas, que ensinava. Todos os sonetos tratavam de assuntos do cotidiano desses alunos e alunas, entre eles o Soneto 31, a seguir, que tratava da Lei Maria da Penha. As aulas e os sonetos eram um sucesso: tanto na construção da leitura e escrita competente, como na mudança de atitudes dos alunos e alunas. É tanto, que até hoje quando nos encontramos, eles elas falam com saudades dessas aulas de cidadania. Como por exemplo, o soneto abaixo que ajudou na releitura dos homens que frequentavam as aulas, verem as alunas na sala e também suas companheiras em casa, fato revelado por muitas delas, que notaram mudanças no comportamento e tratamento, destes homens no convívio diário com as mesmas. Além da revolta deles com o marido de Maria da Penha, pelo tratamento desumano com ela, embora muitos, não chegando ao extremo das práticas violentas desferida a ela, por ele, confessavam que em algum momento terem maltratado suas esposas, mas depois de saber dos fatos ocorridos e da lei, que agora as amparavam, arrependidos diziam que iam mudar, e muitos assim o fizeram. Segue o soneto:
31.
Lei Maria da Penha
Mais
uma Maria torturada.
Dentro
de casa, a tiro e choque.
Seqüelas:
ficou paraplégica.
Sozinha
com filhos pra criar.
Maria
não desistiu da vida.
Continuou
vivendo e trabalhando.
Entrou
para os movimentos sociais.
Contra
a violência e a impunidade.
Mesmo
machucada não se silenciou.
Foi
à luta contra um ato desumano.
A
violência contra a mulher.
Esperou
vinte anos, muito tempo.
Conseguiu
justiça, ainda que tardia.
A
lei punindo agressor de mulher.
Professor Benone Costa Filho, 2007.
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