DISCIPLINA DE FILOSOFIA 2015 ENSINO MÉDIO
PROFESSOR
BENONE
Escola
Estadual Olavo Brasil Filho localizada no Bairro Jóquei Club, Boa Vista –
Roraima
Aluno
(a):__________________________ nº_____ 1ª série.
Turma_______ vespertino.
A ALVORADA DA FILOSOFIA – OS
PRÉ-SOCRÁTICOS
Os Pré-Socráticos E suas Questões que
Alvorece a Filosofia
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Pensadores
de Mileto: Busca de um princípio de
todas as coisas
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O culto a matemática
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O movimento perpétuo do mundo
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Os
pensadores de Eléia e o princípio dos estudos sobre o ser e o
conhecer
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A unidade daquilo tudo que se ama
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O átomo como explicação para a
diversidade
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ESCOLA JÔNICA
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ESCOLA PITAGÓRICA
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ESCOLA MOBILISTA
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ESCOLA ELEÁTICA
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ESCOLA AGRIGENTINA
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ESCOLA ATOMISTA
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Tales
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Pitágoras
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Heráclito
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Parmênides
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Empédocles
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Demócrito
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Anaximandro
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Zenão
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Anaxímenes
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Fonte: Tabela elaborada pelo Professor da disciplina:
Benone Costa Filho.
Vamos
perceber sobre o alvorecer da filosofia pelas questões dos filósofos que vieram antes de Sócrates, com o ‘nascimento’ da pólis
grega. E daí a multiplicação das questões sobre:
- A origem e a finalidade do cosmo;
- A unidade e a pluralidade do ser;
- A ordem ou o caos no mundo;
- A permanência ou a mudança do homem e das coisas.
É a
imposição do saber racional e os primeiros passos dos pré-socráticos rumo ao
saber filosófico ocidental.
1. Pensadores de Mileto e a busca de
um princípio de todas as coisas.
1.1. Tales de Mileto (623-546 a.C) considerado o 1º
pensador grego, para ele: Tudo era
água. ou seja, era a água que formava tudo.
1.2. Anaximandro de
Mileto (610-547 a.C) aprofundando a concepção de Tales (tudo é agua). Nem água nem algum dos elementos, mas alguma substância diferente,
ilimitada, e dela nascem os céus e os mundos nele contidos. Algo
transcendental, indeterminado, infinito, uma massa geradora dos seres, contendo em si todos os elementos
contrários. Algo fora dos sentidos observáveis, um ápeiron.
1.3. Anaxímenes de Mileto (588-524 a.C) admitindo a origem de
todas as coisa como sendo indeterminada. Não aceitava a concepção do caráter
oculto destas, fora dos limites da observação e da experiência sensível. E assim como nossa alma, que é ar, nos
mantém unidos, da mesma maneira o vento envolve todo o mundo. Buscando uma conciliação do pensamento de
Tales com o de Anaximandro, conclui ser o ar
o princípio de todas as coisas. Pois esse elemento ar, invisível, misterioso,
quase inobservável, mas observável é a própria vida.
2. Pitágoras e o culto a matemática
2.1. Pitágoras de Samos (570-524 a.C) a essência de tudo se harmoniza nos números. Todas as coisas são números. O finito e o infinito, par e
ímpar, unidade e multiplicidade, reta e curva, círculos quadrados, entre
outros. A diferença se dava na questão de limite e ordem das coisas. Por
exemplo, entre outros, nossa série, turma, classes chamada, são também em
números, baseado no conceito pitagórico.
3. Heráclito e o movimento perpétuo do
mundo
3.1. Heráclito de Éfeso (540-470 a.C) considerado primeiro
grande representante do pensamento dialético. Concebia a realidade do mundo
como algo dinâmico, em permanente transformação. Tudo flui, nada persiste, nem permanece o mesmo. O ser não é mais que o vir a ser.
Mobilista, tudo é movimento, via a vida como um fluxo constante impulsionada
pela a luta de forças contrárias, tais como, entre outras, a ordem e a
desordem, o bem e o mal, o belo e o feio, a construção e a destruição, a
justiça e a injustiça, o racional e irracional, a alegria e tristeza, o amor e
o ódio. Na sua concepção a luta
(guerra) é a mãe, rainha e
princípio de todas as coisas. Desse modo, é pela luta das forças
contrárias (opostas) que o mundo se modifica e evolui. Para ele: Não podemos entrar duas vezes no mesmo rio,
pois suas águas se renovam a cada instante. Não tocamos duas vezes no mesmo
ser, pois esse modifica continuamente sua condição. Heráclito imaginava
a realidade dinâmica e o mundo sob a forma de fogo. Com chamas vivas e perenes regendo o constante movimento dos seres. O fogo olímpico é um exemplo desse
movimento.
4. Os pensadores de Eléia e o princípio dos estudos
sobre o ser e o conhecer
Com
o avanço das questões levantadas pelos pré-socráticos, novas questões vão sendo
alçadas, como complementos ou divergências entre pensadores e suas concepções
de mundo, dos seres e das coisas. E mais por quês? Por que tanta divergência? Por que tantas opiniões contrárias?
Desses por quês? Vai emergir entre Heráclito de Éfeso, por exemplo, que
acreditava na luta dos contrários
a formar a unidade do mundo. E os pensadores de Eléia, por meio do seu maior
expoente, Parmênides de Eléia, que defendia a questão de que os contrários nunca poderiam conviver.
Heráclito & Parmênides
concebem, assim, dois polos extremos
do pensamento filosófico. Desse embate, entre os dois, sobre o ser e o não-ser, se iniciou a lógica
(estudo sobre o conhecer) e a antológica (os estudos sobre o ser)
e suas relações reciprocas, é que vamos ver a seguir.
4.1. Parmênides de Eléia (510-470 a.C) foi celebre pela sua
oposição a Heráclito, Platão tratava como o Grande Parmênides. O ente é; pois é ser e nada não é.
Com sua defesa de dois caminhos para a compreensão da realidade. O 1º da Filosofia, da razão e da essência.
E o 2º da crendice, da opinião pessoal, da aparência enganosa, essa segundo ele
considerava a via Heráclito.
O
caminho da essência de Parmênides leva na realidade a perceber que:
a) Existe
o ser, e não é concebível sua não-existência;
b) O
ser é; o não-ser não é.
Essas
questões levantadas por Parmênides faz com que ele seja considerado o 1º
filósofo a formular princípios lógicos de identidade e de não-contradição, que
depois é retomado por Aristóteles. Ao refletir
sobre o ser pela a via da essência, concluiu que o ser é eterno, único, imóvel e ilimitado.
Via da verdade pura a ser buscada pela
ciência e a filosofia. Mas se vermos a realidade, pela via da aparência, tudo se confunde devido ao movimento, da pluralidade e do vir
a ser. Parmênides concebe que Heráclito seguiu caminhos das aparências ilusórias. Via que precisava ser evitada para
não se concluir que o ser e o não-ser
são mesma coisa. Desse modo desvendou as características do ser puro, o
ser ideal do plano lógico. Embora negasse reconhecer como verdadeiro os
testemunhos ilusórios dos sentidos e a constatar a existência do ser-no-mundo,
o que se exprime de diversos modos. Os seres múltiplos e mutáveis. Porém sabia
que é no mundo da ilusão, das aparências e das sensações que o homem vive os eu
cotidiano. Com isso, o mundo da ilusão
não é a ilusão do mundo. Desse modo é uma manifestação da realidade que
cabe a razão interpretar, explicar e compreender, até que alcance a essência
dessa realidade. Daí não pode confiar nas aparências, incoerências, visões
enganadoras. Pela a razão devemos buscar a essência, coerência e a verdade. Dessa
maneira sistematizada é possível tornar pensável e introduzir ordem no caos.
4.2. Zenão de Eléia (488-430 a.C) discípulo de Parmênides
via o movimento como algo inviável e sua noção contraditória. O que se move sempre está no mesmo agora.
Dos seus argumentos o mais celebre é o paradoxo
de Zenão, sobre: a corrida de
Aquiles com uma tartaruga.
Para
Zenão:
- Se nesta corrida a tartaruga saísse na frente de Aquiles (herói da guerra de troia e muito veloz), ele tinha que percorrer uma distância superior à metade da distância inicial que separava ele e a tartaruga que saiu na frente, no início da competição.
- Desse modo, como a tartaruga já estava se locomovendo a sua frente, essa distância, por menor que fosse, ia se ampliando, de modo que o herói deveria percorrer mais da metade dessa distância.
- Contudo, como a tartaruga já se movia a sua frente, a tarefa do herói se repetiria ao infinito, pois o espaço pode ser dividido em infinitos pontos. Desse modo, para ele o que se move sempre está no mesmo lugar agora. A distância em relação à tartaruga, que saiu na frente, do herói, seria a mesma. Assim, ela continuaria onde estava na frente; e o herói no mesmo lugar que estava atrás. Pois, em relação um ao outro, estariam, se movendo, imóveis ali nos mesmos lugares.
De
tal modo que, observando o nosso mundo, por meio dos nossos sentidos, perceberíamos
que não correspondiam aos argumentos de Zenão, contudo, esses argumentos
evidenciam as dificuldades por que passou o pensamento racional para compreender os conceitos, tais como, movimento, espaço, tempo e infinito.
5. Empédocles e a unidade daquilo tudo
que se ama
5.1. Empédocles de Agrigento (490-430 a.C) propõe que como a
unidade de tudo aquilo que se ama. Como meio de conciliar as concepções de
Parmênides e Heráclito, assim aceitava a racionalidade parmênica, sobre a existência e a permanência do ser.
Mas buscando achar um meio de tornar
racional, os dados captados
pelos sentidos. Pois destes (os elementos) todos se
constituíram harmonizados, e por estes é que pensam, sentem prazer e dor.
Defendia a existência de quatro
elementos primordiais, que compõem
as raízes de todas as coisas apreendidas: o fogo, a terra, a água e o ar. Que são movidos e misturados
de diferentes modos em função de dois princípios universais opostos:
- O amor (philia em grego) responsável pela a força de atração e união e pelo o movimento de crescente harmonização das coisas;
- O ódio (neikos, em grego) responsável pela a força de repulsão e desagregação e pelo movimento da decadência, dissolução e separação das coisas.
Sendo,
portanto, na sua concepção que todas as
coisas que existem na realidade estão submetidas às forças cíclicas desses dois princípios (amor e ódio).
6. Demócrito e o átomo como explicação
da diversidade
O homem, um
microcosmo.
(Demócrito).
6.1. Demócrito de Abdera (470-370 a.C) para Demócrito todas as coisas que formavam a
realidade era compostas de partículas
invisíveis e indivisíveis. Átomos,
termo grego que quer dizer, não-divisível,
a=negação; tomos=divisível. Comparava o átomo
ao equivalente ao ser de Parmênides.
Para ele, ainda, além dos átomos, haveria também no mundo real o vácuo, que representaria a ausência do ser, o não-ser. Essa existência do vácuo tornava o movimento do ser, possível. O movimento
do átomo admite a infinita diversidade.
Para tanto, aponta três fatores
fundamentais para explicar as diferentes
composições dos ATOMOS:
- Figura: a forma geométrica de cada átomo. Exemplo: A diferente forma de B
- Ordem: a sequência espacial dos átomos de mesma figura. Exemplo: AB BA
- Posição: a localização espacial dos átomos. Exemplo: B beta deitado
Segundo
Demócrito, é o acaso ou a necessidade que requer a aglomeração
de certos e a repulsão de
outros átomos. O acaso é o encadeamento imprevisível de causas. A necessidade
é o encadeamento previsível de determinada
entre as causas. As infinitas possiblidades de aglomeração
dos átomos explicam as a infinita variedade de coisas
existentes. Sua principal contribuição trazida do atomismo à história do
pensamento é a concepção mecanicista
segundo a qual tudo que existe no
universo nasce do acaso ou da necessidade. Nada nasce do nada, nada retorna ao nada. Tudo tem uma
causa, a última causa do mundo são os
átomos.
Boa Vista - Terra de Makunaima - Roraima, maio de 2015.
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