Tema: Escravidão,
resistência e trocas culturais
1. Introdução.
A
escravidão foi o traço mais marcante da vida colonial na América portuguesa.
2. Os afrodescendentes
no Brasil.
Depois
da Nigéria, país africano, em primeiro lugar, a maior população negra do mundo
é a brasileira, segundo lugar. De acordo com os dados do Censo de 2010, são
cerca de 97 milhões de pretos e pardos, aumento de 21 milhões em relação ao
censo de 2000. Explicação para esse aumento, melhorias dos indicadores
econômico-sociais, queda da taxa de mortalidade infantil, aumento da
expectativa de vida e o aumento de pessoas que passaram afirmar suas
identidades étnica de pretos e pardos, como uma das etnias formadoras do povo
brasileiro.
3. A África e o
tráfico negreiro
No
século XV a escravidão, que já era praticada há muito tempo em diversas regiões
do continente africano, se intensificou. Primeiro eram os próprios mercadores
portugueses que capturavam os africanos e vendiam. Depois os próprios chefes
africanos passaram invadir aldeias, capturar e vender outros africanos, em
troca de armas, cavalos, etc. Que eram embarcados em navios negreiros e
enviados para serem usados como escravos dos coloniais portugueses no Brasil.
Devido às péssimas condições higiênicas, entre outras, os navios negreiros
passaram a ser chamados também, no século XIX, de navios tumbeiros, mediante ao
grande número de negros mortos na travessia pelo Atlântico da África rumo a
América.
4. Submissão e
resistência.
Os
castigos de toda natureza foram aplicados aos escravos africanos no Brasil
escravocrata. Chicotes, palmatórias, algemas, correntes, tronco, e muito mais.
Às vezes, para se livrar dos castigos, muitos escravos ‘obedeciam’ às regras
impostas por senhores e feitores. Mas a maioria sempre resistiu à escravidão.
Por meio de evitar ter filhos que seriam as crias da escravidão, praticar uma
espécie de tristeza profunda, o banzo, que os levava à morte, outros partiam
para a violência mesmo, roubando pertences de seus senhores, assassinando
feitores, capitães do mato, familiares e o próprio senhor. Mas mesmo correndo o
risco de seres apanhados pelos feitores e capitães do mato, a forma de
resistência mais praticada era a fuga dos engenhos.
5. A convivência entre
os senhores de escravos.
Entre
os muitos estudos sobre a convivência entre os povos autóctones (os índios)
africanos (os negros) e portugueses (os brancos). Entre outras, temos o livro
do sociólogo pernambucano Gilberto Freyre, Casa Grande & Senzala, que narra
à história do índio negro e o branco na vida sexual e de família brasileira. Na
leitura da obra podemos perceber que embora houvesse uma convivência entre
senhores e escravos. Os escravos eram sempre tratados como coisa, do eito, que trabalhava
no campo, da casa, que faziam os serviços domésticos, ama de leite, mulher
negra que amamentava as crianças brancas da casa grande, de brinquedo, criança
negra escrava que era dada para uma criança branca, que fazia de tudo com esse
‘menino ou menina de brinquedo’, de coito, mulher negra que era usada
sexualmente pelos senhores brancos, tinham filhos mestiços, que se tornavam
escravos destes. Dessas relações surgiu o mito da democracia racial, que não
passava apenas do dominado ser usado forçadamente pelo dominador.
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Capa do livro de Gilberto Freire: |
6. Uma outra interpretação.
Enquanto
Gilberto Freyre interpreta, em Casa Grande & Senzala, essa ‘harmonia’ entre
senhores brancos e escravos negros,
outros historiadores com Jacob Gorender, afirmam que essa visão esconde a
verdadeira realidade da escravidão, que era a exploração e a dominação do
senhor sobre o escravo, em todos os sentidos. A legislação, por exemplo,
proibia que um senhor maltratasse, cortasse ou castigasse demais um escravo.
Mesmo assim, apesar de proibidas, essas práticas eram comuns. E dos vários
casos que foram denunciados, o senhor agressor sempre acabava absolvido. A
violência da escravidão explica porque as taxas de mortalidade dos africanos no
Brasil eram elevadas. Devido a isso, o tráfico negreiro era fundamental na
reposição das ‘peças’ negras, para a reposição da mão de obra escrava.
7. Sincretismo
religioso.
No
período colonial a religião dos africanos era vista pelos católicos como
feitiçaria. Desse modo, para evitar as perseguições da Igreja, os escravos
negros passaram a associar cada divindade do candomblé a um santo católico.
Como por exemplo, Iemanjá, virou Nossa Senhora, essa associação é chamada de sincretismo religioso, uma forma dos
escravos manterem em parte suas tradições religiosas. Embora muitos
antropólogos condenem o uso do termo sincretismo, por considerá-lo sinônimo de
imposição da religião do colonizador branco sobre o colonizado negro, nesse
caso. Alguns estudiosos, dizem ser o sincretismo um elemento essencial de todas
as religiões, no passado e no presente. Pois ele se manifesta na religiosidade
popular, nas procissões, nas celebrações dos santos, nos conhecimentos que
trouxeram da África e que seus descendentes adaptaram no Brasil.
8. Na vídeo-aula, que assistimos,
qual é o nome do Professor da USP, que faz a Palestra: Juventude Negra
Preconceito e Morte?
Kabengele
Munanga.
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Capa do livro de Kabengele Munanga |
9. Referência.
APOLINÁRIO,
Maria
Raquel (organizadora). Projeto Araibá: história 7º ano. 3ª edição.
Moderna: 2010 (pp. 217-19).